Médico se diz novo gestor do Hospital do Coração

Segundo eles, o médico Randas Vilela Batista está fora da administração do hospital. Eles ainda prometeram que a instituição ficaria pronta em 120 dias. A Prefeitura vê mudança com pessimismo.

A informação de que havia um grupo gestor do hospital, inclusive, pegou os vereadores de surpresa. De acordo com o médico maringaense Pascoal Leite de Albuquerque, líder desse grupo gestor, o contrato de gestão teria sido assinado em março deste ano.

A princípio bastante desconfiados, os vereadores encheram o médico de perguntas nas mais de duas horas de reunião. Ao final, o sentimento era de ‘luz no fim do túnel’, principalmente com a confirmação de que o médico Randas Vilela Batista, que até então gerenciava a instituição, seria mantido apenas na parte clínica.

“A grande vontade de todo mundo é fazer com que esse hospital funcione. É um grande alívio para nós, vereadores, a saída do Randas da gestão do hospital. Esperamos agora que esse grupo gestor, que ninguém sabia que existia, realmente faça esse hospital funcionar”, afirmou o presidente da Câmara, o vereador José Aírton Deco de Araújo (PR).

O presidente da Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (Acea), Paulo Yoshii, revelou que não sabia da existência do grupo gestor. A Acea doou a área onde hoje se encontra o hospital mediante algumas exigências, como a gestão exclusiva da instituição cabendo à Fundação Batista Vilela. Sendo assim, a passagem da gestão para esse novo grupo seria ilegal.

Mas o tom foi de esperança. “Vamos dar um voto de confiança para esse novo grupo. Esperamos que eles realmente consigam dar continuidade e fazer com que o hospital funcione”, disse ele, que pode realizar um adendo ao contrato permitindo a gestão do novo grupo.

O médico Pascoal de Albuquerque lidera o grupo gestor, que tem, segundo ele, como principal financiador Carlos de Freitas, apucaranense e um dos donos do Hospital João de Freitas, em Arapongas. “Foi uma reunião pesada, mas saímos daqui com a garantia de apoio dos vereadores. Agora vamos tratar das questões jurídicas, pois queremos cumprir a promessa que demos aqui hoje: em 120 dias, deixaremos o hospital pronto. E eu garanto a vocês que o Randas não está mais na gestão do hospital”, afirma.

DESCONFIANÇA

Já o prefeito Beto Preto (PT), que se reuniu com Albuquerque há alguns meses, afirma que o grupo não inspira nenhuma confiança. “Não há cabimento uma fundação passar a gestão para outro grupo assim, sem falar com ninguém. É preciso que tudo seja apurado. Tudo tem que vir à tona. Saúde é algo sério. Não se pode fazer política com a saúde, como outras gestões fizeram”, destaca ele.

O prefeito ainda ressaltou que o grupo não apresentou nenhum projeto ou garantia. “Vamos analisar a possibilidade de intervenção municipal. A área de 42 mil m² doada pelo município deve ser revertida nos próximos dias. Inclusive, já assinei o decreto, que deve ser publicado nos próximos dias”.

 Por Renan Valim