Projeto do Pai Nosso sai de pauta por uma sessão

por Administrador publicado 04/07/2012 12h32, última modificação 08/04/2016 17h14
O vereador Carmelo Ribeiro (PR) pediu vistas do projeto de lei que estabelece a oração do “Pai Nosso” nas escolas municipais de Apucarana. Com o pedido de vistas, feito durante a sessão ordinária da Câmara nesta segunda-feira (02), o projeto voltará à pauta na próxima semana.
Projeto do Pai Nosso sai de pauta por uma sessão

A atitude de Carmelo foi criticada pelo autor do projeto, José Airton Araújo, o “Deco”, do mesmo partido. Deco exigiu em plenário uma explicação para o pedido de vistas. “Esse tipo de pedido é feito para se estudar melhor um determinado projeto, porém não existe qualquer dúvida em relação a essa nossa iniciativa, que está tramitando na Casa há quatro meses”, afirmou Deco.

Carmelo , que na sessão anterior havia dito que votaria a favor do projeto um milhão de vezes, se necessário, afirmou que voltou atrás por entender que uma oração não pode ser colocada de forma impositiva nas escolas. “Devemos respeitar os nossos irmãos que pensam de um jeito diferente do nosso”, afirmou. Após a sessão, porém, Deco disse, nos bastidores, que a iniciativa de Carmelo foi uma reação à decisão de levar o PR para a coligação que tem o médico Beto Preto (PT) como candidato. Carmelo sempre esteve alinhado com a coligação do atual prefeito, João Carlos de Oliveira, que vai à reeleição pelo PMDB. Deco, que preside o PR no município, levou a sigla para a coligação oposicionista.

“Cristo foi negado por três vezes, mas aqui nesta Casa de Leis tem gente que é capaz de negar Cristo um milhão de vezes”, reagiu Deco, criticando o fato de o projeto ter sido prejudicado, no seu entendimento, por questões políticas. Carmelo se disse cristão, mas enfatizou que o projeto deve ser retirado de pauta para “melhores estudos”. Deco disse que o projeto não obriga nenhuma criança a fazer a oração do Pai Nosso. “O projeto estabelece que seja feita a oração, ficando a criança livre para participar ou não. É uma oração que fala sobre o perdão, sobre a fraternidade e sobre valores que vão acompanhar a criança pela vida toda”, salienta o vereador. Para ele, a oração será um momento de reflexão e de interação entre as crianças, que estão vivendo num mundo cada vez mais violento. “É uma pena que não tenhamos votado de vez e resolvido essa questão. A grande maioria da população, que é predominantemente cristã, está apoiando”, finaliza ele.

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3-7-12