Val pede miniterminais para o transporte em Apucarana
Val diz ter passado o final de semana avaliando o estudo realizado pela empresa Logitrans e apresentado na audiência pública do último dia 27, no Cine Teatro Fênix. “O estudo custou R$ 140 mil para os cofres públicos, mas não dá conta de apresentar soluções apropriadas para o transporte nem nos dias de hoje, quanto mais para daqui a 20 anos, que é a proposta para vigência do contrato”, argumenta o vereador.
Val sustenta que a audiência pública do dia 27, realizada numa noite fria e chuvosa, não cumpriu a função de aprofundar o debate em torno do assunto. “Havia lá 30 ou 40 pessoas, na maior parte vereadores e funcionários públicos. E a audiência era para ter um número ainda menor de pessoas, pois foi marcada numa segunda-feira, dia da sessão ordinária da Câmara. Felizmente, a sessão foi transferida para a terça, permitindo que os vereadores se fizessem presentes”, argumenta Val. Para ele, a questão é complexa e merece ser discutida mais amplamente, numa nova audiência pública, desta vez na Câmara Municipal. “Tenho certeza de que a Câmara, com uma ampla divulgação, vai reunir moradores dos bairros e integrantes das entidades que representam os setores que mais necessitam do transporte”, acrescenta o vereador.
MINITERMINAIS
Para Val, mesmo quem não é especialista no assunto percebe que o estudo da Logitrans pode ser melhorado. “Não sou nenhum especialista, mas estudei o material que a empresa me forneceu, fui aos bairros ouvir as pessoas e conversei com gente de outros municípios. Como está, esse estudo não vai permitir um edital capaz de garantir um serviço moderno e eficiente de transporte para Apucarana”, diz o vereador. Val lembra que um dos problemas diz respeito à distância entre o terminal e os bairros mais afastados. “A demora entre um ônibus e outro e, conseqüentemente, a superlotação nos horários de pico vão continuar”, adverte. Na sua opinião, a saída seria a construção de quatro a cinco pequenos terminais nas regiões mais populosas, começando pelo Núcleo João Paulo e pelo Jardim ponta Grossa. “Ali no João Paulo, os passageiros vindos da Caixa de São Pedro, do Pirapó, do Interlagos e de outros bairros adjacentes desceriam e trocariam de ônibus, seguindo para seus destinos sem ter que pagar outra passagem. Seria apenas uma escala, um roteiro integrado, conforme já se faz em Curitiba, em Londrina e em Maringá”, explica Val.
A mesma coisa ocorreria no terminal do Jardim Ponta Grossa com os moradores de bairros como Dom Romeu, Vale Verde, Marissol, Raposa I e II, Marcos Freire e Jardim América, entre outros. “Nossa sugestão é de que outros terminais sejam construídos, gradativamente, no Bela Vista, atendendo o Afonso Camargo e regiões próximas, outro na Vila Nova, que poderia atender o Castelo Branco, a Vila Reis, o Adriano Correa, o Interlagos, o Belvedere etc, e outro no Jardim das Flores, atendendo o Eldorado, o Esperança, o Catuaí e o Parigot de Souza, entre outras comunidades”, explica Val.
Os terminais funcionariam como pontos coletores. Dali, os passageiros seguiriam para o centro e mesmo para outros destinos, conforme a necessidade. “Deixando ali os passageiros, os ônibus poderiam voltar para coletar outras pessoas, encurtando o tempo de espera nos bairros mais afastados. Fora dos horários de pico, a empresa poderia usar, tanto no itinerário dos bairros até os miniterminais como destes para o centro, vans ou microônibus, conforme a demanda”, sugere o vereador. Ele frisa que os miniterminais podem ser construídos com recursos federais, através de emendas parlamentares, podendo haver também parceria com a empresa que vai operar o transporte. “Por tudo isso, o edital e o contrato precisam prever o que caberá ao município e o que caberá à concessionária, daí a necessidade de um debate mais amplo”, frisa o vereador.
Proposta visa desafogar tráfego no centro
Para o vereador Val, o estudo apresentado pela Logitrans não apresenta nenhuma proposta para desafogar o tráfego na área central. “Embora seja um estudo caro, se o edital de licitação for feito com base no que ele propõe, vamos continuar com ônibus vazio circulando durante o dia no centro da cidade, complicando um tráfego que já é caótico”, argumenta o vereador. Segundo ele, encurtando o itinerário com a implantação de mini-terminais, a concessionária pode se utilizar de veículos menores, como vans e microônibus. “Será bom para o passageiro, que ganhará um transporte mais rápido e confortável. Será bom para a empresa, que vai otimizar espaço em seus veículos e economizará combustível e será bom para a cidade, que terá menos poluição, um tráfego mais dinâmico e menos desgaste da malha viária”, argumenta Val.
O vereador lembra que a frota deve continuar aumentando em Apucarana, onde circulam também veículos de toda a região. “Vai ficar cada vez mais difícil para um ônibus entrar e sair da cidade no horário. Encontrar soluções inteligentes para o tráfego é fundamental para evitar o estresse das pessoas, que vão chegar cada vez mais atrasadas em seus compromissos. E a hora de se fazer isso é agora”, finaliza o vereador.
Vereador defende nova audiência pública e volta a criticar estudo feito pela Logitrans
*Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Apucarana